
Estava dando uma olhada em um blog que falava sobre amores platônicos e tive uma idéia de falar sobre o mesmo assunto. Comecei a lembrar da minha infância e ver o quanto eu era babaquinha e tinha vários amores platônicos.?Vou contar a história que começou no jardim e dura até os tempos de hoje (mentira, até meus 14 anos na verdade). Sabe aquela baixinha, gordinha, bochechuda que toda sala tem? Pois bem, esta era eu. E toda sala também tem aquele bonitinho, com olhos claros, cabelinho curtinho, que andava com o uniforme sempre impecável e com todas as meninas babando atrás. Eu tinha um amor platônico por um desses. Não lembro do nome, porque aí já é demais. Eu tinha apenas 4 anos. Mas lembro que ele era extremamente lindo e fofo. Eu nunca tinha coragem de falar com ele, mas sempre imaginava nós dois juntos, correndo pela praia, ele me mandando cartinhas apaixonadas, tudo isso ao som de músicas românticas. Mas não foi bem isso que aconteceu.
Em uma linda tarde, resolvi estrear meu super kit com canetinhas coloridas em uma carta apaixonada para ele. Fiz uma carta linda, com um garrancho que dizia coisas do tipo "Fulano, gosto muito de você. Quer ser meu namoradinho?" e vários corações um pouco tortos. (Nunca fui boa em desenhar corações. Na realidade nunca fui boa em desenhar nada. Mas outro dia falo sobre meus desenhos peculiares).
Enquanto todos estavam brincando de pega-pega, fui lá na mochila dele, silenciosamente, e deixei o bilhetinho dentro de seu caderno. Desci para brincar com os outros, como se nada tivesse acontecido. Quando todos chegaram na sala, fiquei de olho pra ver se ele iria ler o bilhete e pimba, ele estava lendo. Eu achava que após ler o tal bilhete, ele viria até mim, me pedir em namoro, falando que me amava também, como passava em Chiquititas, sabe? Mas foi totalmente o oposto!
Ele me olhou com aquela cara de "sua bochechuda infeliz, nunca que eu vou me relacionar com a sua pessoa, ok?", rasgou meu bilhetinho fofo e começou a rir com as meninas "pops" da sala! Eu, logicamente, fui pra casa chorando horrores e falando "mamãe, o fulaninho não me ama" e tudo mais. Duas semanas depois, eu já estava apaixonada por aquele garoto, amigo do fulaninho, loirinho, de olhos azuis, meio esquisito, que ninguém conversava. Desta vez eu fui mais esperta. Escolhi o mais desprovido de beleza para não haver nenhum tipo de concorrência.
É claro que após pensar nesta tática, não muito normal, eu voltei a imaginar ele e eu, correndo num campo florido, ao som de músicas românticas fazendo mil juras de amor. Tentei me aproximar dele, como quem não quer nada, sabe? Perguntando se ele estava afim de trocar os palitinhos vermelhos pelos meus azuis, logo, já engatei um "quer uma bala de morango?", e depois um "essa professora é tão bacana, né?", só que, de novo, ele não ligou pra mim. Vi que o "desprovido de beleza" tava se achando o gás da Coca-cola por eu ser a única a me apaixonar por ele e estava me esnobando. Pra mim não fez muita diferença, porque ele era feio mesmo. Hahaha.
?No começo do ano seguinte, voltando das merecidas férias, meu objetivo era achar um menino para, digamos, ser a próxima vítima do meu amor platônico vicioso. Eu estava na primeira série e na segunda tinha um menino tudo-de-bom, sabe? Mega-fofo, simpático e pegou minha lancheira quando a mesma caiu do gancho onde ficavam as lancheiras. Este foi o motivo por eu ter me apaixonado por ele. Este ano estava com sorte, pois o primo dele estava na minha sala e era meu super-amiguinho. Comecei a conversar com ele, perguntando indiretamente sobre seu amado primo. Conversa vai, conversa vem, eu deixo escapar que o amor da minha vida era ninguém mais ninguém menos que: seu primo. Ele, obviamente, foi correndo contar pro seu adorado primo.
A partir deste dia, nunca mais consegui olhá-lo na cara e, como já era mais do que previsível, deixei de gostar dele. Passou-se um, dois, três anos e eu sempre sonhando com meus amores (mais do que) platônicos. Lógico que não tive êxito em nenhum, como podem perceber.
?Se vocês pensam que meus "príncipes" eram apenas anônimos bonitinhos dos colégios que estudei, engano seu. Tinha amor platônico por deuses da tv, música e cinema. Exemplo, quando tinha três anos, chorava desesperadamente pelo Romário. Com quatro, sonhava em casas com o Dinho dos Mamonas Assassinas e chorei muito quando vi na TV que eles tinham morrido. Aos 8, 9 e 10 anos, chorava desesperadamente por causa do Nick dos Backstreet Boys, Justin do *Nsync, Axl Rose do GN'R e pelo Leandro do KLB (sim, tinha um gosto muito variado para homens!).?
Atualmente eu tenho, sim, amores platônicos. Só que neste caso, eu tenho a certeza que um dia deixará de ser platônico ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário